Nesta sexta-feira, 30, às 10h, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) abre seu mais novo espaço cultural: a Casa da Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa. O local cumprirá uma tripla função: será um espaço para lançamentos de livros e sessões de autógrafos, terá obras de escritores catarinenses à disposição para leitura no próprio ambiente e contará, evidentemente, a história do maior poeta simbolista do país.
A intenção da FCC, além de oferecer um local aos escritores catarinenses para realização de lançamentos e sessões de autógrafos, é honrar o nome e a história de Cruz e Sousa, integrando um espaço vizinho ao Palácio que leva seu nome, ao mural dedicado ao Cisne Negro e ao busto localizado na Praça XV de Novembro.
Como se trata de uma Casa de Literatura, haverá estantes com livros de autores de Santa Catarina à disposição do público visitante para leitura e consulta local.
A Casa da Literatura Catarinense Poeta Cruz e Sousa funcionará de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. O endereço é Praça XV de Novembro, esquina com a Rua Victor Meirelles, no centro de Florianópolis. O e-mail para contato é Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Sobre o poeta desterrense
João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. Era filho de Guilherme e Carolina Eva da Conceição, negros libertos. Foi apadrinhado pelos antigos proprietários de seus pais, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa, que faleceu ainda durante a infância do poeta, e sua esposa Clarinda Fagundes de Sousa, uma das responsáveis por sua educação.
O poeta casou-se com Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos. Os três primeiros faleceram precocemente por tuberculose, o que deixou sua esposa em estado de demência em 1896. Em 1897, o poeta foi diagnosticado com tuberculose e passou a lutar contra a doença e a pobreza.
Com o avançar da doença, buscou tratamento em Sítio, Minas Gerais. Três dias depois de chegar, faleceu em 19 de março de 1898. O corpo foi “despachado” para o Rio de Janeiro num vagão de trem para transporte de gado – situação um tanto vexatória, se for levada em consideração a sua fama naquele momento. Foi recebido por seus amigos próximos e enterrado no Cemitério de São Francisco Xavier. O filho mais novo nasceu após a morte do poeta, restando, assim, apenas um descendente. A esposa faleceu em 1901, também de tuberculose.
Entre seus trabalhos mais famosos, estão Missal, Broquéis e Tropos e Fantasias, além de publicações em jornais e obras póstumas.
No mês do bicentenário da Independência do Brasil, o Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) recebe a exposição "[Inde]pendências e seus transbordamentos no contexto catarinense", que procura relembrar, desconstruir, ampliar e atualizar o conceito de Independência extrapolando os marcos históricos vigentes associando-os ao contexto catarinense e à contribuição destes na formação do ethos local. Assim, o MHSC possibilita conhecer o passado e, com base nele, construir outros olhares e interpretações a partir de imagens e vestígios preservados em museus, instituições culturais, ateliers de artistas e acervos particulares.
A partir da proposta, o público confere obras dos artistas Bruno Barbi, Dakir Parreiras, Eduardo Dias, Fernando Lindote, Guttmann Bicho, Hiedy Assis Corrêa (Hassis), Joseph Bruggmann, Juarez Machado, Leandro Serpa, Márcio César Coelho, Osmarina Villalva, Sebastião Ferreira Fernandes, Sérgio Adriano H., Silfarlem, Suely Beduschi e Willy Zumblick, com curadoria de Marcelo Pereira Seixas, administrador do MHSC.
A exposição faz parte da 16ª Primavera dos Museus.
Serviço:
O quê: Exposição "[Inde]pendências e seus transbordamentos no contexto catarinense"
Abertura: 24/09/2022, às 9h30
Visitação: até 4 de março de 2023. Segundas-feiras, das 13h às 17h; de terça a sexta-feira, das 10h às 17h; e aos sábados, das 10h às 14h.
Local: Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) - Palácio Cruz e Sousa
Praça XV de Novembro, 227 - Centro - Florianópolis
Classificação: livre
Entrada gratuita.
Depois de 18 anos, o espetáculo "A Tomada de Laguna" voltou a ser apresentado no Centro Histórico da cidade do litoral sul catarinense na noite desta quarta-feira (21), com apoio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). Outras apresentações ocorrerão até o próximo sábado (24), com abertura às 16h e início às 20h.
O espetáculo que retrata os acontecimentos que levaram à criação da República Catarinense, em 1839, após a invasão de tropas Farroupilhas à cidade, e a história de amor entre Anita e Giuseppe Garibaldi contou com a participação de mais de 300 atores e figurantes. Para viver o revolucionário italiano, foi convidado o ator Werner Schünnemann e, no papel da lagunense Anita Garibaldi, esteve a atriz Lize Souza.
"Arquivos Implacáveis de Meyer Filho" é o título da exposição que o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) recebe entre 29 de setembro de 2022 e 22 de janeiro de 2023, em homenagem ao artista catarinense Ernesto Meyer Filho (1919 - 1991). Entrada gratuita de terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
O artista chamou de Arquivos Implacáveis um conjunto de obras e documentos, que guarda importantes fatos de sua trajetória e da memória do movimento artístico de Santa Catarina, especificamente do surgimento da arte moderna. O acervo a ser exposto reúne a produção de cinco décadas de atuação de Meyer Filho que, ao longo de sua trajetória, teve o cuidado de guardar obras representativas de suas mais significativas fases criativas, complementadas com um vasto conjunto de recortes de jornais e revistas, correspondências, fotos, manuscritos, anotações, charges, catálogos, convites de exposições dentre outros documentos, todos relativos à produção artístico-cultural das décadas de 1940 a 1980.
Abrir a caixa de Meyer, o amplo acervo que o artista deixou de 1940 a 1991, é uma rica experiência. Além da exposição que ficará por quatro meses em cartaz, diversas atividades serão oferecidas, como cursos, oficinas, ações educativas e seminário.
Arquivos implacáveis Meyer Filho é um projeto realizado pelo Instituto Meyer Filho, Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
A exposição tem coordenação geral de Sandra Meyer; curadoria geral de Kamilla Nunes; curadoria adjunta de Gabi Bresola e curadoria assistente de Aline Natureza. Entre os acervos que colaboraram com a exposição estão o Acervo Arquivos Implacáveis Meyer Filho, Acervo Adriano Pauli, Acervo Fundação Hassis, Acervo Ylmar Corrêa Neto, Acervo José Luiz Nuremberg, Acervo Jair da Silva Junior e Eliete Magda Colombeli, Acervo Lúcia Rupp Hamms, Acervo Luiz Ernesto Meyer Pereira, Acervo Marcelo Collaço Paulo, Acervo MASC, Acervo Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC – Oswaldo Rodrigues Cabral, Acervo Rafael Mund, Acervo Simone Bobsin, Acervo Thales Brognoli Acervo Tércio da Gama.
Esnesto Meyer Filho (Itajaí, SC, 1919 – Florianópolis, SC, 1991)*
Meyer Filho foi desenhista, pintor e tapeceiro. Estudou de forma autodidata pintura, desenho, história da arte e história natural. Atuante dinamizador cultural de sua época, organizou em 1958/59 os dois primeiros salões de arte moderna de Santa Catarina, fora do Estado. Meyer foi, também, um dos maiores dinamizadores da arte moderna do Estado, e sua história está intimamente relacionada com a do Museu de Arte de Santa Catarina (primeiro museu de arte moderna no País criado em 1949 por decreto de lei do Governo Estadual). Sua exposição, em 1958, foi a primeira individual de artista catarinense no mesmo Museu. Fundou e foi presidente do Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis e organizou em 1958/59 os dois primeiros salões de arte moderna de Santa Catarina, fora do Estado. Em 1957 realizou a primeira exposição de Pinturas e Desenhos de Motivos Catarinenses, com o artista plástico Hyedi de Assis Corrêa /Hassis. Participou como ilustrador da Revista Sul, editada pelo grupo que liderou o movimento de arte moderna em Santa Catarina nas décadas de 40 e 50- Circulo de arte de Moderna, mais tarde conhecido como Grupo SUL, tendo sido um dos integrantes deste grupo.
A obra de Meyer Filho, especialmente registrada entre os anos 1950 e 80, não encontra similar no circuito dos artistas, nem na Ilha-capital onde viveu, nem nos poucos interlocutores modernistas que encontrou no eixo Rio-São Paulo. Seguindo na contra-mão do realismo, em suas obras vigora uma potência imaginativa que se multiplica incessantemente e cuja geração de seres híbridos resulta em invenções surpreendentes e inversões perversas, produzindo uma fabulosa coleção de vidas rastejantes, voadoras e andantes. A partir das incursões feitas pelas enciclopédias artísticas e compêndios científicos de sua biblioteca, o artista embaralha e inventa taxionomias, originárias da botânica e da zoologia, da agricultura e da astronomia, da história da arte e da mineralogia. Há também uma interlocução com os estudos locais e antropológicos, em particular o imaginário da Ilha de SC e sua cultura popular, que nunca recebeu uma leitura para além da clave regional.
*(Fonte: Instituto Meyer Filho)
Serviço:
O quê: Exposição "Arquivos Implacáveis de Meyer Filho"
Abertura: 29/09/2022, às 18h
Visitação: até 22/01/2023. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) - No Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica - Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
No ano do centenário da artista Fayga Ostrower, o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) recebe exposição de obras da polonesa radicada no Brasil, com curadoria de Susana Bianchini e Maria Helena Rosa Barbosa. A mostra, cuja abertura ocorre no dia 29 de setembro de 2022, às 19h, terá visitação gratuita até 23 de janeiro de 2023.
Fayga explorou e renovou as técnicas tradicionais da gravura como meio de expressão, assim como teorizou suas pesquisas estéticas e soluções plásticas inspirada nos processos de criação do abstracionismo informal. A exposição apresenta uma parcela da produção da artista em distintas técnicas e períodos. O público poderá conferir um conjunto de 37 obras entre xilogravuras, gravuras em metal, aquarelas, desenhos, serigrafias e litografias, além de matrizes de diferentes períodos, bem como material documental.
Sobre a artista
Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower nasceu em Lodz, na Polônia, em 1920, e chegou ao Rio de Janeiro em 1934. Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1946, onde estudou xilogravura com Axl Leskoschek e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros.
Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas. Recebeu numerosos prêmios, entre os quais o Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo, em 1957; o Grande Prêmio Internacional da XXIX Bienal de Veneza, em 1958; e, nos anos seguintes, o Grande Prêmio nas bienais de Florença, Buenos Aires, México e Venezuela.
Foi membra honorária da Accademia delle Arti Del Disegno, de Florença. Em 1972, foi agraciada com a ordem do Rio Branco. Em 1998, recebeu o Prêmio do Mérito Cultural pelo Presidente da República do Brasil e, em 1999, o Grande Prêmio de Artes Plásticas do Ministério da Cultura.
Seus livros sobre questões de arte e criação artística são: Criatividade e processos de criação; Universo da arte; Acasos e criação artística; A sensibilidade do intelecto (Prêmio Literário Jabuti, 1999); Goya, artista revolucionário e humanista e A grandeza humana: cinco séculos, cinco gigantes da arte. Publicou numerosos artigos e ensaios na imprensa e na mídia eletrônica. A biografia Fayga Ostrower foi lançada em 2002.
Fayga foi casada com Heinz Ostrower, historiador cuja biblioteca foi doada para o Arquivo Edgard Leuenroth, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, SP. Deixou dois filhos, Anna Leonor (Noni) e Carl Robert; e três netos, João Rodrigo, Letícia e Tatiana.
A artista faleceu no Rio de Janeiro, em 2001. Em 2002 foi criado o Instituto Fayga Ostrower.
Serviço:
O quê: Exposição "Centenário de Fayga Ostrower"
Curadoria: Susana Bianchini e Maria Helena Rosa Barbosa
Abertura: 29 de setembro de 2022, às 19h
Visitação: até 23 de janeiro de 2023. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) - No Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 - Agronômica – Florianópolis (SC)
Entrada gratuita