30 de outubro, sábado, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, Auditório Garapuvu, às 20h. Entrada R$ 1, 00.
A coleção Choro Carioca: Música do Brasil, lançada em 2006, teve importância ímpar na história da música brasileira por resgatar, através das 132 músicas nela registradas, a obra de 74 compositores de diversos estados brasileiros, todos nascidos até a primeira década do século XX.
Pouca gente, entretanto, pôde tomar conhecimento deste trabalho, em especial fora do Rio de Janeiro. Com iniciativas como a desta série de shows, que revigoram e promovem a conservação e divulgação do repertório do choro em todo o Brasil, agora, pela primeira vez, é possível ouvir a música de que antes só se ouvia falar.
No repertório canções como os choros Depois do Carnaval e Saudades Daqueles Tempos, de Marcelino Corrêa, clarinetista e saxofonista gaúcho de Santa Vitória do Palmar que, além de escrever mais de 80 choros, também atuou em conjuntos de jazz band, mais os outros dois choros Não Vem, Coisinha e E Aí?, do grande nome da música da região sul, Octavio Dutra, fundador do grupo Terror dos Falcões, líder dos primeiros blocos carnavalescos de Porto Alegre e compositor de letras e músicas de sambas, marchas e maxixes, a valsa Sorriso de Anita, de Manuel Quitério Rosa, que, segundo manuscrito original desta partitura, fez referência à cidade de Laguna/SC e provavelmente homenageou com esta canção a heroína da cidade Anita Garibaldi, e ainda a polca Automóvel, uma das poucas composições encontradas de autoria do italiano Alessandro Gnattali, que usava como pseudônimo A. Ilattang, seu nome escrito de trás para frente, que imigrou para o país estabelecendo-se em Porto Alegre e tornando-se pai de três músicos, com destaque para Radamés, um dos mais importantes nomes da música brasileira.
Além destas canções da região, o roteiro trás ainda choros contemporâneos como Guará (Bonfiglio de Oliveira), Garoto (E. Nazareth), O Turbante do Joel (Maurício Carrilho), Cinza (Jayme Vignoli, um dos músicos do show) e Acerte o Passo (Pixinguinha) e ainda duas canções de Meira, o homenageado desta edição, Arranca Toco e Molambo.
Em todas as cidades acontece, quatro horas antes do show, um concerto didático, gratuito, voltado aos músicos e estudantes de música com os mesmos músicos que farão os shows.
O Instituto Casa do Choro, em parceria com a Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) promove ainda o V Festival Nacional de Choro que, além de mostrar em shows este repertório precioso, realiza nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Belém, Porto Alegre e São Luís oficinas de instrumentos gratuitas direcionadas a músicos e estudantes de música e uma apresentação final dos alunos das oficinas juntamente com os professores.
O projeto Choro Carioca: Música do Brasil - em comemoração aos 10 anos da Escola Portátil de Música, hoje forte referência em ensino de música no Brasil - é uma realização do Instituto Casa do Choro, com patrocínio da Petrobras que apresentará em 20 cidades de diferentes regiões do país shows de música instrumental brasileira com repertório da caixa de 9 CDs Choro Carioca-Música do Brasil, lançada pela Acari Records, que registrou um panorama do choro em todas as regiões do Brasil. Nos shows de cada estado serão priorizados os compositores daquela região. A cada cidade será levada uma amostra especial das músicas de compositores da região sul, pesquisadas para a compilação da coleção, com o repertório interpretado pelos renomados músicos Luiz Flavio Alcofra (violão), Rui Alvim (clarinete e saxofone), Aquiles Moraes (trompete e flugel horn), Marcilio Lopes (bandolim), Jayme Vignoli (cavaquinho) e Oscar Bolão (percussão e pandeiro). Com esta série de shows - que passará ainda pelas regiões Sudeste, Norte, Centro-oeste e Nordeste durante outubro e novembro - este trabalho circulará pelos estados do país de onde saíram as composições que serviram de matéria-prima para a gravação dos 9 discos da coleção.