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Entre 23 de setembro e 17 de outubro de 2013, foram realizadas escavações de dois sítios arqueológicos, um no município de Corpus/Misiones e outro em Itá/SC. O trabalho, iniciado em 2011 pelo CEOM/Unochapecó e a Secretaria de Cultura da Argentina, através do Instituto Nacional de Antropologia (INAPL), tem o objetivo de estabelecer cooperação científica entre os dois países, para a realização de pesquisas arqueológicas no oeste catarinense e na província de Misiones, na Argentina. Essa iniciativa adveio da percepção dos pesquisadores de ambas as instituições, de que essa região possui vestígios de culturas pré-coloniais muito semelhantes. Assim nasceu o projeto “Arqueologia da Floresta Atlântica Meridional Sul Americana (ABAMS)” que, em 2013, foi oficializado mediante assinatura de Convênio Binacional. 
 
Para o Dr. Daniel Loponte, que é coordenador do projeto da parte argentina “O sítio Corpus – El Remanso é uma ocupação Guarani pré-colonial e a escavação revelou solo típico chamado de terra preta arqueológica associado a muita cerâmica, material lítico e fauna”. Loponte salienta ainda que, “o sítio escavado em Itá preservou evidências de outro grupo agricultor pré-colonial, conhecido pelos arqueólogos como tradição Taquara-Itararé, neste foram encontrados objetos líticos e cerâmicos”.
 
Mirian Carbonera, que é a coordenadora do projeto no Brasil, observa que “tem sido uma grande experiência em vários sentidos, o compartilhamento de conhecimentos entre os pesquisadores, a possibilidade de interagir com a comunidade e as descobertas realizadas durante as escavações, já que cada sítio tem peculiaridades e guarda informações que são produções humanas únicas, algumas delas, de milhares de anos”, ainda para Mirian “o cansaço físico é superado pela alegria da descoberta de cada objeto”.
 
Participaram desta etapa de pesquisa os arqueólogos e historiadores argentinos Daniel Loponte, David Pau, Amanda Ocampo; e os brasileiros: Mirian  Carbonera e André Onghero, além dos estudantes de graduação Maurício Mohr e Scheila Bolzan, bem como residentes nas comunidades de Corpus e Itá. 
 
Próximos passos
 
As atividades seguem agora em laboratório com a curadoria dos objetos coletados e as análises específicas para cada tipo de material. As informações reunidas na fase de laboratório, bem como as datações, são fundamentais para estabelecer a cronologia destes sítios. Os coordenadores do projeto, Mirian Carbonera e Daniel Loponte finalizam salientando “a importância  da participação das prefeituras municipais na defesa e valorização do patrimônio arqueológico e nos desdobramentos que o projeto tem propiciado, não só a produção de conhecimento científico, mas também sua difusão, com a abertura de novos museus, palestras, exposições, entre outros”. Além das palestras já realizadas em universidades, escolas, prefeituras, uma prévia dos resultados será apresentada em abril de 2014 no II Congresso Internacional de Arqueologia da Bacia do Prata, no Uruguai.
 

Fonte: Ceom/Unochapecó