O sagrado cotidiano e o homem é o tema da exposição Ponto Fora da Curva, da artista Albertina Prates, que está aberta à visitação no espaço Lindolf Bell, CIC (Centro Integrado de Cultura), Florianópolis. Composta por desenhos, pinturas e instalações de tamanho gigante, a mostra busca colocar cada visitante diante de si mesmo, propondo reflexões sobre os passos de cada pessoa, seus atos e as consequências deles, que refletem, como um espelho, o próprio indivíduo e o outro. A exposição conta com a participação de estudantes de escolas públicas da Capital.
Logo na entrada da exposição, um convite à interatividade. O convencional livro de assinaturas foi substituído por pedaços de papel para serem escritos e fixados numa mesa, ao lado de pintura na qual uma figura alada, representação do divino, está alfinetada numa parede. Analogias como essas podem ser encontradas por toda a exposição, que possibilita a imersão do visitante numa atmosfera propícia a introspecção: focos de luz iluminarão somente as obras numa sala completamente escura. A luz estará também sobre o espectador quando, diante de um espelho, ele se torna parte de uma das instalações.
"Questionamentos sobre a atuação do ser humano no mundo provocam artista e público a se repensarem. Na exposição encontramos sonhos, espelhos de vidas, induzindo pensar para além das obviedades", afirma a curadora Gizely Cesconetto.
O processo criativo colaborativo é uma das marcas desse trabalho de Albertina Prates, que ao longo do ano dedicou-se a montagem da exposição contando com a contribuição do psicólogo e mestre em Teologia Juarez Francisco da Silva. Análises de sonhos feitas por ele estarão na obra Numinoso, que revela a complexidade da psique humana.
Outra participação marcante em o Ponto Fora da Curva é a dos estudantes. Fotografias feitas pelos alunos dos projetos de extensão de arte e cultura dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) e do ensino fundamental das escolas Aderbal Ramos da Silva (estadual) e Desdobrada Costa de Dentro (municipal) integram a escultura poema Preciso um anjo para consumir-me a boca, feita de papel. O nome da obra foi retirado do poema Os Ciclos, do poeta Lindolf Bell.
Falar de sagrado cotidiano é refletir sobre "a magia da existência de cada qual, sobre a solidão e a eterna procura do divino", afirma a artista. "E estar em o Ponto Fora da Curva pode ser o que diferencia um indivíduo do comum. É se colocar no papel de observador, é a tomada de consciência", complementa Albertina.
Sobre Albertina Prates
Natural de Criciúma e radicada em Florianópolis, Albertina Prates tem se destacado no circuito de arte internacional pela ousadia e apuro técnico. A artista plástica recebeu, em 2013, o prêmio de reconhecimento do Museum Night, Belgrado (Sérvia), com a obra Beemot. Já Casulo lhe rendeu prêmio de reconhecimento em Nádor Galéria - Budapeste (Hungria). Participou, com Cheiro de Jardim I, do Salon SNBA 2013, no Museu do Louvre, Paris. A obra está catalogada no livro do salão. Teve a obra Fauno, da série Cheiro De Jardim, selecionada para a 2ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea da Argentina 2014. Seus trabalhos estiveram em exposições coletivas ainda em Viena (Áustria) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
No Brasil, já realizou exposições individuais e participou de coletivas, entre elas os salões de arte contemporânea em Blumenau e Itajaí. Em 2013, a obra Cheiro de Jardim III recebeu prêmio de reconhecimento no Salão Internacional de Arte, em Araras (SP). Em 2014, recebeu a medalha de bronze na exposição Rio International Exhibition, na Sociedade Brasileira de Belas Artes, Rio de Janeiro (RJ), na qual participou com as obras Elfos II e Mira. A mostra teve a participação de cerca de 40 artistas de todo país e exterior.
Além das exposições já realizadas fora e dentro do país, o que ocorre desde 1974, é autora de grandes painéis em mosaico e em pintura acrílica em importantes espaços públicos - como Arena Multiuso de São José e Prefeitura Municipal de São José.
Serviço
O quê: Exposição Ponto Fora da Curva, de Albertina Prates
Visitação: de 12/12/2015 a 16/01/2016.
Onde: Espaço Lindolf Bell - Centro Integrado de Cultura (CIC)
Entrada gratuita
Fonte: Letícia Kapper - Ass. de Imprensa da exposição