O Museu de Arte de Joinville (MAJ) está com duas exposições abertas à visitação do público: Sobre árvores mortas e árvores secas, da artista visual e fotógrafa Betinha Trevisan; e a 45ª Coletiva de Artistas de Joinville.
Sobre árvores mortas e árvores secas
Betinha Trevisan é artista visual em atividade desde o início dos anos 1980, quando ingressou no Curso de Desenho e Plástica da Universidade Federal de Santa Maria /RS. Em 1985, muda-se para Florianópolis, onde desenvolve pesquisas e realiza trabalhos em diversas técnicas e segmentos das artes como pintura a óleo, desenho, gravura, aquarela, pintura em objetos, estamparia, ilustração, entre outros. Realizou sua primeira mostra individual de pinturas em 1989, participou de salões e exposições coletivas, além de várias individuais pelo Brasil, EUA, França e Argentina. Atualmente sua pesquisa está voltada para a relação da pintura sobre fotografia.
Na série “Sobre árvores mortas e árvores secas” são apresentadas imagens fotográficas impressas em pigmento mineral e que receberam intervenção em pintura, tornando-se cópias únicas. O trabalho nasceu da observação do contraste e da transformação da paisagem, onde a vegetação transborda vida e morte. O conceito se funda na possibilidade de criar a potência da vida, e burlar a morte. Segundo a artista, na paisagem a distinção entre árvores mortas e secas não é simples, pois confundem-se ao cumprirem papéis semelhantes, embora passageiros. Mas são, sobretudo contrastes, traços marcantes, desenhos tão inseridos quanto destoantes nos horizontes. Não passam despercebidas, gritam em pleno espetáculo dos ciclos da natureza.
A interferência sobre as fotografias gera tensão. A tensão universal entre a existência e a possibilidade. As cores luminosas e refletivas transgridem a ordem dos ciclos, rompem o natural e se instauram como imaginação e multiplicação de possibilidades.
A exposição permanecerá aberta para visitação até o dia 1º de maio de 2016 (domingo).
45ª Coletiva de Artistas de Joinville
A exposição, aberta à visitação até 29 de maio nos espaços Anexo 1 e 2, na Cidadela Cultural MAJ. Completando 45 anos de sua trajetória ininterruptamente, a tradicional Coletiva de Artistas de Joinville participou da semana comemorativa de aniversário dos 165 anos da fundação da cidade.
Em dezembro de 2015, nove artistas visuais foram selecionados pela banca do SIMDEC – Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura - na categoria Coletiva de Artistas de Joinville. São eles, Cyntia Werner, Franzoi, Giovanna Fiamoncini, Jan M. O., Juliano Jahn, Márcia Camargo, TiroTTi, Ricardo Ledoux, Rogério Negrão e Sérgio Adriano H.Cada artista selecionado recebeu o valor de R$6.000,00 para execução de seu projeto.
Foram realizados três encontros de trabalho em finais de semana com os artistas visuais participantes e ouvintes com o curador Josué Mattos no atelier da AAPLAJ no complexo da Cidadela Cultural.
Nos dias seguintes à abertura da exposição, foi realizado o Ciclo de Debates com os artistas visuais e seus debatedores convidados, como professores e pesquisadores; e o curador desta edição.
Sobre a Coletiva de Artistas de Joinville
Criada em 1971, para incentivar e divulgar a produção dos artistas locais, a Coletiva de Artistas de Joinville ocorre anualmente há 45 anos. Por diversas vezes, a mostra chegou a itinerar por Santa Catarina e em outros estados do Brasil. Por sua continuidade e importância, é um dos mais tradicionais eventos de artes visuais em Santa Catarina.
Ao longo dos anos, esse importante evento catarinense foi apresentado em diversos formatos, propostos por curadores e críticos de renome no cenário artístico nacional e internacional. Pelos relevantes serviços prestados à cultura do Estado de Santa Catarina, a Coletiva de Artistas de Joinville recebeu em 2006 a Medalha do Mérito Cultural “Cruz e Souza”.
Sobre os artistas
Cyntia Werner (1979), natural de Joinville/SC. Mestranda em Artes visuais pela Udesc; jornalista, formada pela PUC do Paraná e Artista Plástica, formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Exposições: 10º. Salão Elke Hering Mostra Nacional Contemporânea de Artes Visuais, Blumenau (2012).
Franzoi (1969), natural de Taió/SC. Artista Visual, Arte-Educador, Ator, Cenógrafo, Curador, Diretor Teatral, Performático. É graduado em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, pela Universidade da Região de Joinville - Univille (1991) e pós-graduado em Prática Social da Arte: Educação e Sociedade, pela ECA/USP - Univille (1993). Como artista, atuou em várias edições da Coletiva de Artistas de Joinville, Tertúlias e Salões, com destaque para sua seleção no Projeto Novos Rumos e Rumos Visuais, do Itaú Cultural – São Paulo/SP (1999-2000).
Giovanna Fiamoncini (1984), natural de Joinville/SC, é formada Design com Habilitação em Programação Visual pela Universidade da Região de Joinville – Univille (2005) e Pós-Graduação em Gestão e Inovação (FCJ, 2007). Integrou o Grupo Ímpar como performer.Tem participação em algumas edições da Coletiva de Artistas de Joinville.
Jan M. O. (1986), natural do Rio de janeiro. Bacharel em design gráfico com habilitação em programação visual e artista visual. Exposições Individuais: Interlúdios Para Piscar de Olhos, MUnA - Museu Universitário de Artes/Universidade Federal de Uberlândia/MG; Interlúdios Para Piscar de Olhos, Museu Casa Fritz Alt, Joinville/SC; Interlúdios Para Piscar de Olhos, Galeria Antônio Sibasolly, Anápolis/GO além de participação em coletivas.
Juliano Jahn (1978), natural de Jaraguá do Sul / SC. Cursou História da Arte , Desenho e Pintura na Escola de Artes Fritz Alt - Casa da Cultura em Joinville e desde 1999 atua como artista. Participou do Projeto Espaços Visuais - Rede SESC de Galerias - 2014 em Chapecó/SC, 2013 em Jaraguá do Sul e São Bento do Sul/SC; 21° Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (Prêmio Menção Honrosa) em Atibaia/SP em 2012; 12º Salão de Artes de Itajaí em 2010.
Márcia Camargo (1959), natural de São Paulo/SP. Radicada em Joinville/SC. Trabalha e pesquisa, diversos suportes, materiais e texturas. Utiliza várias linguagens, instalação, fotografia, vídeo arte, intervenções urbanas e performance. Faz parte do Grupo “doisx2”. É acadêmica no curso de Artes Visuais na Univille e tem participação em várias exposições coletivas nos últimos anos.
Rogério Ferreira Negrão (1962), natural de Tejubá/SP, é formado em Design de Produto pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduado em gestão de Design. Reside em Joinville desde 1989. Vem realizando experimentações em fotografia, escultura, vídeo e música eletrônica; produção, criação e edição de peças audiovisuais desde 2003.
Ricardo Ledoux (1980), natural de Joinville/SC.Graduado em Artes Visuais pela UNIVILLE.Participou de quatro edições do Projeto Pretexto Sesc de Artes Visuais, Panorama Sesc de Artes Visuais “Rota Imaginária”, em 2010. Participa em 2010 do Salão Nacional de Itajaí e tem duas participações na Coletiva de Artistas de Joinville.
Sérgio Adriano Dias Luiz (1975), natural de Joinville/SC. Artista visual de múltiplas linguagens, fotógrafo, integrante do Grupo P.S. Graduado em Artes Visuais pela UNIVILLE. Cursa Mestrado em Filosofia da Arte e Semiótica na Faculdade São Bento - São Paulo/SP. Premiado no 9° Salão Nacional Elke Hering, 2012. Já realizou cerca de 70 exposições, destaque para várias participações na Coletiva de Artistas de Joinville. Selecionado com o Grupo P.S. para o Programa Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2011-2013.
TiroTTi (1957), natural de São Paulo, vive e trabalha em Joinville, produzindo em Artes Visuais desde 1996. Atua na arte contemporânea com maior participação na produção de videoarte e na exposição de videoinstalações.
Sobre o curador
Josué Mattos é historiador da arte e curador. Graduou-se em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X Nanterre, onde obteve o título de Master 1 e 2 em História da Arte Contemporânea. Em
2009, concluiu seu segundo mestrado, em Práticas Curatoriais e Gestão da Criação Contemporânea, na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. É editor da Revista Binômios e curador do projeto 3C – Centro de Criação Contemporânea. A convite do Sesc-SP, concebeu e assumiu a curadoria geral da primeira edição de Frestas – Trienal de Artes, em Sorocaba, São Paulo (2013-2015). Colaborou com centros e instituições culturais, no Brasil e no exterior.
Atua como pesquisador e curador independente, tendo realizado diversas exposições em todo o Brasil e no exterior com destaque para Como o tempo passa quando a gente se diverte, Casa Triângulo, em São Paulo, 2011; Boîte Invaliden, Invaliden Gallery, em Berlim, 2011 e Eu fui o que tu és e tu serás o que eu sou, Paço das Artes em São Paulo, 2012.
Em 2012 foi o curador da 42ª Coletiva de Artistas de Joinville realizada no Espaço Anexo 1 da Cidadela Cultural MAJ.
Fonte: Museu de Arte de Joinville