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Realizada nos dias 5 e 6 de agosto, em Brasília (DF), a 223ª reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) aprovou a captação de cerca de R$ 8,5 milhões para o financiamento de projetos na área de museus. Foram avaliados nesta ocasião onze projetos. Destes, sete foram encaminhados e analisados pelo Ibram, para os quais foi aprovada a captação de R$ 6.087.127,61; e os demais por outras autarquias vinculadas ao Ministério da Cultura (MinC), para os quais foram liberados R$ 2.468.865,21. A soma totaliza R$ 8.555.992,82.

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Os projetos aprovados, que agora poderão captar recursos via mecanismo de renúncia fiscal (Lei Rouanet), contemplam ações como construção de museu, preservação e divulgação de acervos, restauração de obras e a realização de exposições e outras atividades. Formada por representantes da sociedade civil e do Estado, a CNIC é o órgão colegiado que tem a missão de subsidiar as decisões do MinC na aprovação dos projetos culturais, com vistas a captação de recursos via renúncia fiscal.

Até 12 de setembro, o ministério está com inscrições abertas para o edital que trata da habilitação de entidades culturais e do empresariado de todo o país, para indicação de membros para compor a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura no biênio 2015/2016.

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Fonte: Ascom/Ibram

O 6º Fórum Nacional de Museus ocorrerá entre os dias 24 e 28 de novembro de 2014 em Belém (PA). Realizado a cada dois anos, o evento congrega o setor museal brasileiro para o intercâmbio de experiências e conhecimentos entre a comunidade museológica, sociedade civil, museus e órgãos de gestão museológica federais, estaduais e municipais.
 
Em sua sexta edição, a programação do encontro incluirá conferências, painéis, minicursos, apresentações de Comunicações Coordenadas, grupos de trabalho temáticos, reuniões de redes e de sistemas de museus, além de programação paralela que visa valorizar a cultura local.
 
Outras atividades
 
O FNM 2014 ainda deve realizar a Teia da Memória, encontro nacional dos Pontos de Memória e iniciativas de memória e museologia social do Brasil, a revisão do Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) e o encontro do Programa Nacional de Educação Museal (PNEM).
 
 

Fonte: Ibram/MinC

Tudo começou quando, em 1964, um aluno da escolinha da comunidade de Linha Olímpio, interior de Guaraciaba, trouxe uma pedra com um entalhe central para a sala de aula. O professor daquela comunidade, Edvino Carlos Hölscher, explicou então aos alunos que se tratava de uma boleadeira, utilizada pelos indígenas para caçar, derrubar frutos ou mesmo em confrontos entre tribos. Tendo terminado a explicação, pediu aos alunos que observassem e, que tudo de diferente encontrassem, trouxessem para a sala de aula, desde pedras encontradas nas roças, até utensílios do dia a dia antigos, acumulando assim, um acervo de muitas peças juntadas durantes os vários anos.
 
O acervo que desde aquela data (1964) estava no fundo da sala de aula em uma estante, posteriormente em 1981 foi realocado para uma sala específica, em madeira, para abrigá-lo, sala esta, construída por uma associação da comunidade, formada para a criação do museu, surgindo dessa forma o "Museu Histórico São Jorge" (primeiro nome). 
 
Em 2001 a entidade foi municipalizada e, com consequente aumento de seu acervo (aproximadamente 7500 peças, sendo o maior museu da América Latina situado na zona rural), o município construiu um prédio com 873 m², sendo uma cópia do primeiro barracão construído em 1945 que servia para abrigar os colonizadores chegados à então vila de Guaraciaba. Este foi inaugurado em 2005 e, com o falecimento de seu fundador, no ano de 2007 o museu recebeu um novo nome: "Museu Histórico Professor Edvino Carlos Hölscher", em homenagem a ele.
 
O acervo encontra-se dividido em quatro períodos: Vulcânico (petrificações e exemplares das diversas formações rochosas encontradas pelo nosso país), Indígena (ferramentas de pedra lascada, pedra polida, madeira, argila e bambu), Caboclo (principalmente ferramentas da lida com animais) e Colonizador (desde o início da colonização até a chegada da eletricidade).
 
Idealizador
 
Edvino Carlos Hölscher, espírito protagonista, ousado, utópico, líder de homens e mulheres, fez história e memória. Desde o início de sua atuação como professor, Edvino sempre teve um olhar especial para as questões culturais, pois sempre acreditou na educação baseada no princípio do resgate e compreensão do passado para o entendimento do presente à construção de um futuro cada vez melhor, como sujeitos da própria história.
 
Dessa forma, idealizou o que hoje enaltece o município de Guaraciaba com muita honra e orgulho.
 
Atendimento
 
O museu conta com um funcionário que faz o serviço de guia, contando toda a história e apresentando as peças do acervo. Agendamentos para turmas podem ser feitos pelos telefones (49) 3645-0159 ramal 20, 3645-2030 e 3645 2036, ou pela internet no e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Facebook do Museu Histórico de Guaraciaba. Turmas com no máximo 50 pessoas, de segunda a sexta-feira, nos horários das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min. Atendimentos aos finais de semana ou noturno são agendados para turmas com no mínimo 10 pessoas e com pelo menos três dias de antecedência.
 
Museu Histórico Professor Edvino Carlos Hölscher
Linha Olímpio, Interior - Guaraciaba (SC)
 
 
* Os textos e fotos enviados para o Museu em Destaque são de inteira responsabilidade das instituições divulgadas

Fonte: Geovani Cesar Bertollo / Museu E. Carlos Hölscher

Matéria de: Luiza Martin
Publicada originalmente no site do jornal A Notícia (disponível neste link)

Caiuajara dobruskii. Esse é o nome da nova espécie de pterossauro descoberta em Cruzeiro do Oeste, no Paraná, apresentada nesta quinta-feira em coletiva de imprensa na Universidade do Contestado (UNC), de Mafra.

A nomenclatura é uma referência à pedra típica do local, o arenito caiuá, e uma homenagem aos desbravadores da região, pai e filho da família Dobruski, que moravam em um sítio na Estrada dos 600 alqueires quando descobriram os fósseis na década de 1970.

O sacrifício de uma égua da família levou às primeiras escavações no sítio onde moravam. O animal caiu na subida da estrada, quebrou os dentes, não tinha como se alimentar e teve que ser sacrificado. Munidos de picaretas, o pai Alexandre Gustavo e o filho João Gustavo queriam melhorar a estrada por onde animais puxavam as carroças.

Era 1971. Eles desejavam apenas tornar mais suave a travessia, que tinha uma pedra no meio da subida. A rocha ficava umedecida e escorregadia por causa da água que descia do morro. Pai e filho com as picaretas fizeram valetas nas laterais da "lombada" para drenar os fluídos. Às primeiras picaretadas, foram reveladas pedras diferentes, com ossos dentro.

— Meu pai nunca foi à escola, mas lia muito e logo percebeu que eram fósseis — contou João, que descreveu — Quando dava uma chuva forte, a pedra branqueava de osso.

Ninguém deu crédito à família, que vivia do plantio de hortaliças. Pai e filho chegaram a ouvir que eram ossos de galinhas devoradas por índios. Entre 1975 e 1980, eles procuraram respostas. Queriam saber "que bicho era aquele". Ninguém conseguiu responder e os fósseis foram levados para uma gaveta na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

O pai Alexandre faleceu antes do mistério começar a ser desvendado. João temia que o mesmo acontecesse com ele e a história também morresse, sem que seu sobrenome fosse lembrado e latinizado com um "i" duplo da nomenclatura da nova espécie.

Em 2011, o pesquisador Paulo Manzig buscava materiais para o seu livro "Museus e fósseis da região Sul do Brasil". Foi ele quem abriu a gaveta e em segundos identificou:

—Tinha nas mãos um crânio de um filhote de pterossauro.

A abertura da gaveta escancarou as possibilidades de pesquisa sobre os répteis alados, extintos há, pelo menos, 65 milhões de anos. O Centro Paleontológico da UNC (Cenpaleo) passou a liderar os trabalhos, em parceria com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os pesquisador da UNC, Luiz Carlos Weinschütz, afirmou que a descoberta de exemplares fósseis de jovens e adultos "permitiu a compreensão do crescimento da espécie", que tinha "hábitos de grupo".

O especialista em pterossauros da UFRJ, Alexander Kellner, sonhava em encontrar uma aglomeração de fósseis como esta, do Paraná. Foi ele quem identificou que se tratava de uma espécie nova. O Caiuajara dobruskii, conforme o pesquisador destacou em seu estudo, tem uma "arcada inferior com depressão muito acentuada", o que o distingue dos demais.

Kellner considera o esquecimento da peça engavetada algo "recorrente" e fruto da "especialização da ciência". Tão logo um conhecedor de pterossauro viu a peça, descobriu o achado.

—Um dos melhores lugares para se pesquisar são as gavetas dos museus — garantiu.

Quarenta e sete exemplares foram encontrados primeiramente, depois mais dez. Kellner acredita que há muito mais para descobrir sobre esses répteis frugívoros - caracterizados por se alimentarem de frutas, diferentes das conhecidas hoje -, que sobreviviam em áreas desérticas.

Futuro da pesquisa

Da região de 400m², apenas 20m² foram explorados nas escavações. Há muito material já coletado e a ser encontrado. A quantidade que os pesquisadores têm em mãos permitirá que jovens como a formanda em Ciências Biológicas da UNC, Camila Cassiano de Moura, possam contar a história do animal extinto a partir dos fósseis.

Camila pretende se especializar em paleohistologia e a partir do estudo das células dos fósseis dizer quanto tempo e qual o tamanho tinham os Caiuajara dobruskii.

—É um procedimento destrutivo, por isso a grande quantidade é importante — ressaltou ela.

Para o estudo das células é preciso cortar lâminas finas do fóssil, causando danos à peça. Os melhores exemplares permanecerão expostos no Museu da Terra e da Vida, na UNC.

Cruzeiro do Oeste é o terceiro lugar do mundo, conforme explicou Kellner, onde se encontrou grande concentração de fósseis de pterossauros. Na década de 1970, pesquisadores descobriram pterossauros na província de San Luis, na Argentina. Em Junho de 2014 foi a vez dos chineses escavarem fósseis de grupos de répteis voadores, em Xin Jing.

Fonte: Jornal A Notícia

Depois de passar por Lages, a exposição Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas chega ao Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado, em Caçador, no Meio-Oeste de Santa Catarina, no dia 3 de setembro. A mostra, promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) por meio do Sistema Estadual de Museus (SEM/SC) e Museu Histórico de Santa Catarina, aborda temas referentes à guerra e tem a intenção de circular toda região contestada e posteriormente pelas demais cidades do estado de Santa Catarina. 
 
Dentro da programação está prevista, ainda, a oficina de capacitação Possibilidades de ações educativas: Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas, para professores da rede pública de ensino, no mesmo dia da abertura da mostra, das 8h30min às 12h30min, no auditório da Câmara de Vereadores de Caçador (Av. Santa Catarina, 195 - Centro). Informações sobre inscrições devem ser obtidas junto ao Museu, pelo telefone (49) 3567-1582. 
 
A exposição
 
A mostra é uma versão modular da exposição que ficou aberta à visitação entre outubro de 2012 e junho de 2013 no Museu Histórico de Santa Catarina, em Florianópolis, e conta um pouco da história deste importante episódio da história catarinense. Para a montagem da exposição, que tem curadoria do pesquisador Fernando Romero, a equipe de técnicos da Diretoria de Patrimônio Cultural da FCC participou de vários estudos junto aos sítios históricos. 
 
Foram visitados os municípios de Irani, Taquaruçu (distrito de Fraiburgo), Três Barras, Porto União, Matos Costa, Calmon, Lebon Régis, além dos museus, arquivos e coleções nas cidades de Irani, Curitibanos, Campos Novos, Mafra, Lages, Porto União, Caçador, Matos Costa e Lebon Régis. O objetivo foi buscar subsídios para a construção das exposições temáticas, além de estabelecer contato com os agentes culturais. A FCC trabalhou com apoio de museus, universidades, municípios, fundações e outras entidades para a reunião do acervo exposto. 
 
Sobre a Guerra do Contestado 
 
A Guerra do Contestado colocou em evidência, pela primeira vez no Brasil, temas fundamentais do mundo contemporâneo: a ecologia, a liberdade religiosa, a posse da terra e a contestação de relações sociais arcaicas em pleno século XX. Teve grande influência nos rumos tomados pela sociedade catarinense no presente e deixou cicatrizes que até hoje reclamam nossa consideração.
 
Entre os anos de 1912 e 1916, a região do Contestado, cujo território era alvo de disputas entre os estados de Santa Catarina e Paraná, foi palco de um dos mais sangrentos episódios da história do Brasil. Juntou-se à questão das fronteiras a eclosão de um surto messiânico influenciado pelo grande número de pessoas sem terras e sem emprego na região. Eram ex-camponeses, expulsos de suas terras para a implantação de uma madeireira, e ex-operários da estrada de ferro Brazil Railway, que trabalharam na construção e se viram sem trabalho com o fim do empreendimento.
 
Nesse cenário, surgiram profetas e monges pregando ideais de justiça, paz e comunhão, indo de encontro ao autoritarismo e à ordem republicana vigentes. Preocupados com o crescimento do movimento popular, os governos estadual e federal começaram a agir contra a comunidade, com o envio de tropas militares para a região. Os sertanejos resistiram à ação da artilharia pesada do exército até 1916.
 
Desde então, a Guerra foi narrada de diversas formas pelos diferentes personagens que dela tomaram parte e por aqueles que refletiram sobre ela posteriormente. Analisar essas narrativas é uma forma de recontar essa história com a perspectiva do presente. Recordar as marcas, reavivar as memórias, mostrar os lugares que lembram esse passado deve contribuir para analisarmos com outros olhos o nosso tempo atual e ver que muitos dos temas trazidos pelos rebeldes do Contestado continuam tão vivos como há 100 anos.
 
Serviço:
 
O quê: Exposição Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas
Visitação: de 3 de setembro a 26 de outubro de 2014. De terça a sexta-feira, das 8h30min às 12h e 13h30min às 18h. Finais de semana, 14h às 17h. 
Onde: Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado - Rua Getúlio Vargas, 100 - Centro - Caçador (SC)
Informações: (49) 3567-1582 / www.museudocontestado.com.br
Entrada  gratuita (o Museu aceita contribuições espontâneas do público)

Fonte: Assessoria de Comunicação FCC

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