O Museu Oscar Niemeyer, em parceria com o Instituto Moreira Salles (IMS), apresenta a mostra Maureen Bisilliat: fotografias, com uma seleção de mais de 250 imagens editadas pela própria fotógrafa com a colaboração dos curadores do IMS.
A exposição é composta por alguns dos ensaios fotográficos mais conhecidos de Maureen Bisilliat, como as equivalências fotográficas sobre os universos literários de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha. Também fazem parte da mostra fotografias do ensaio Pele Preta, composto por imagens feitas quando Maureen, ainda estudante, frequentava ateliês de modelo vivo.
Além das referências literárias, a mostra sintetiza situações vividas ao longo de mais de 50 anos de carreira de Maureen, seja nas viagens ao Japão, África e Bolívia, seja durante os anos de glória no fotojornalismo, com os ensaios Caranguejeiras, Mangueira, e China.
Na série dedicada ao Xingu, os visitantes da mostra poderão ver uma canoa, com seis metros de comprimento, produzida de acordo com a tradição indígena. Além disso, durante toda a mostra, haverá a projeção de Xingu/Terra, documentário feito na década de 1980 por Maureen Bisilliat e Lúcio Kodato, rodado na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu.
O objetivo da exposição é realizar uma leitura simultânea entre a produção fotográfica e a produção editorial de Maureen Bisilliat, revelando tanto a fotógrafa como a editora de imagens e textos reunidos nas diversas publicações que produziu. Por isso, haverá na mostra um espaço dedicado ao processo gráfico e de concepção intelectual de Maureen, reunindo, além das suas publicações, grande parte do material que serviu de base para sua criação: correspondências com Jorge Amado, conversas com Guimarães Rosa, recortes de jornais, provas de gráfica e fotografias.
Também há na exposição um capitulo voltado à variada produção artística da fotógrafa, marcada principalmente após a década de 1970, com referências à extinta galeria O Bode, dedicada à divulgação da arte popular brasileira; ao seu trabalho como curadora no Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina; e à sua atuação em projetos sociais ligados à produção audiovisual, em parceria com a filha Sophia Bisilliat.
A exposição, com fotos do acervo Instituto Moreira Salles, já passou pela Galeria de Arte do SESI-SP e pelo centro cultural do IMS, no Rio de Janeiro.