A Fundação Cultural de Blumenau, por meio do Museu de Hábitos e Costumes, abre para a visitação pública a exposição O bordado, uma herança cultural - Wandschoner - Panô de Parede, que mostra a arte do bordado, que fazia parte da educação feminina. O Museu fica na Rua XV de Novembro, 25, entrada pela lateral da Rua Alvin Schrader. A visitação é de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. A mostra fica aberta até o fim de julho.
Nas áreas de colonização europeia no sul do Brasil, era comum encontrar nas casas do teuto-brasileiro e ítalo-brasileiro os wandschoner. Esse costume veio na bagagem cultural das mulheres colonizadoras e foi absorvido pelas mulheres das diferentes classes sociais. Costurar, bordar, lavar, passar e cozinhar eram qualidades básicas para a formação de uma boa moça para obter um bom partido, ou seja, um bom casamento.
Os wandschoner, ou simplesmente protetores de parede, são bordados produzidos em tecido que tinham como finalidade decorar o ambiente domiciliar. Os panos bordados eram estrategicamente colocados para proteger, esconder ou guardar panos de mão, guarda-louça, porta fósforos, ou eram pendurados em cima da caixa de lenha para decorar ou esconder uma parede desgastada pelo tempo, no espaço destinado à cozinha.
Agregado ao tecido, o bordado tornou-se objeto de reflexão, pois revela a intenção, o pensamento e os valores considerados pela mulher no momento da escolha para ilustrar e dar vida ao wandschoner que faz parte do seu ambiente familiar. Executados e emoldurados em tecido com bordaduras de linhas em tons azul ou vermelho, estes podiam também ser produzidos em escala menor, em outras tonalidades.
Uma vez escolhido o tema a ser desenvolvido o tecido era riscado com os dizeres que passavam a ilustrar o wandschoner. Os pontos mais usados nessa arte manual era o ponto haste, sombra ou ponto-cruz. Definidos os elementos a serem expostos no pano, frequentemente ao redor das frases escolhidas eram bordados ramos de flores. Os provérbios e mensagens continham pensamentos de cunho religioso, sabedoria e positivismo que alegravam os moradores e as visitas da casa. Os dizeres, de certa forma, ecoavam os valores e as normas da família. Os escritos nas línguas alemã, italiana e portuguesa, evidenciam as semelhanças e as diferenças que emite a linguagem do grupo cultural.
Fonte: Informações da Fundação Cultural de Blumenau