O "Cadernos do CEOM" é uma publicação do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina, editada desde 1986, e tem como objetivo publicar resenhas e artigos inéditos no Brasil relacionados à História, Arqueologia, Antropologia, Sociologia, Museologia, Arquivística e Educação. É uma publicação semestral e temática, voltada aos acadêmicos de graduação e pós-graduação, profissionais e pesquisadores.
Para o primeiro semestre de 2017 serão recebidos artigos inéditos relacionados ao tema "Cultura e Sociedade", objetivando reunir contribuições a respeito dos aspectos culturais das sociedades em diferentes recortes temporais e geográficos.
O prazo limite para envio dos artigos é 31 de outubro de 2016.
Em caso de dúvidas, entre em contato pelo fone (49) 3323-4779 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Bate-papo sobre música e literatura. Com o tema "Imagens Literárias", a 2ª Feira do Livro Sesc de Blumenau ocorre até sábado (1º), no Teatro Carlos Gomes, e conta com oficinas, apresentações artísticas, encontros com autores e ilustradores, palestras, comércio de livros e chás literários.
Nesta quinta-feira (29), às 20h15min, será a vez do casal de artistas Gregory Haertel e Mareike Valentin trocarem uma ideia com o público. O escritor, dramaturgo e letrista e a cantora vão participar do chá literário e falar sobre interações entre música e literatura. O evento contará com a participação especial do cantor e compositor Edu Colvara. A entrada é gratuita e aberta ao público.
Chá literário e musical: "Interações Música e Literatura" - com Gregory Haertel e Mareike Valentin
29 de setembro (quinta-feira), às 20h15
Na 2ª Feira do Livro Sesc de Blumenau, no Teatro Carlos Gomes (Rua XV de Novembro, 1181, Centro, Blumenau)
Entrada gratuita e aberta a toda a comunidade
GREGORY HAERTEL
Nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, em julho de 1974, e mora em Blumenau desde os primeiros dias de vida. O escritor, letrista e dramaturgo Gregory Haertel é formado em medicina e especializado em psiquiatria. Na juventude, lia e escrevia intensamente, mas foi a partir do contato com a Cia Carona de Teatro, em Blumenau, que os seus textos passaram a ser encenados e publicados. A trajetória como dramaturgo teve início em 2005, com o espetáculo "A Parte Doente", com circulação nacional e elogiado pela crítica especializada. Escreveu mais de uma dezena de peças (incluindo o musical "Orfeu 21", em parceria com o compositor André de Souza) e seus textos são encenados em diversas cidades brasileiras. Gregory também é autor dos romances "Aguardo" (2008) e "A Casa Antiga" (2016), e, do livro de contos, "Quarteto de Cordas para Enforcamento" (2011). Como letrista, tem parcerias com diversos compositores brasileiros, como Leandro Braga, Mareike Valentin, Paulo Monarco, Thiago K, Raul Misturada, Conrado Pera, John Mueller, Edu Colvara, Pochyua Andrade, entre outros.
MAREIKE VALENTIN
Radicada em Blumenau, Santa Catarina, desde 1986, Mareike Valentin nasceu em Rheinfelden, na Alemanha. Iniciou os estudos musicais aos sete anos de idade e, desde 1998, aperfeiçoa a técnica musical e vocal por meio de cursos com músicos de diversas partes do mundo. Lançou o primeiro álbum em 2012, sob a direção musical do pianista, compositor e arranjador Leandro Braga. Em 2014, realizou turnê pelo Circuito Rede SESC de Teatro, por toda Santa Catarina. Entre os trabalhos recentes estão o show "Não Vou jogar o chapéu", em parceria com o músico Edu Colvara e o letrista e escritor Gregory Haertel; o show "Tons", em parceria com Leandro Braga e Gregory Haertel, que teve estreia em agosto de 2014; e o mais recente projeto "DOIS", onde Mareike conta com a banda que a acompanha desde 2008, com arranjos modernos para as canções do letrista Gregory Haertel, em parceria com outros compositores brasileiros. É Licenciada em Música pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e mantém atividades como cantora, preparadora vocal e ministrante de oficinas de curta duração voltadas para cantores. É preparadora vocal do musical O Sonho do Cowboy, no parque Beto Carrero World e professora de Canto Popular na Escola de Música do Teatro Carlos Gomes, em Blumenau.
O Museu Victor Meirelles está em obras desde o início de abril deste ano. As atividades do museu, tanto as exposições e demais agendas culturais, assim como todo o acervo, foram transferidas desde então para a sede temporária que fica na Rua Rafael Bandeira, nº 41, no Centro de Florianópolis.
As obras fazem parte do PAC – Cidades Históricas, um programa do governo federal, e têm como objetivos a Restauração e Ampliação do Museu Victor Meirelles, um sobrado luso-brasileiro construído no final do século 18 onde nasceu o artista, na cidade de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. Na verdade são duas intervenções concomitantes: a restauração, que acontece na casa histórica e a ampliação, que ocorre no prédio anexo, a partir da adequação e da qualificação dos seus espaços.
Com o objetivo de promover a integração entre o sobrado que abriga o Museu Victor Meirelles e o edifício adjacente, de três pavimentos, cedido pelo governo do Estado de Santa Catarina, o projeto arquitetônico de autoria do arquiteto Peter Widmer, propõe não só adequar e qualificar os espaços do museu como também ampliar a sua área, dos atuais 400m² para quase 750m², dotando-o de mais salas de exposição, auditório, salas de atividades diversas, recepção, cafeteria e biblioteca, entre outros.
As intervenções concebidas com base em conceitos contemporâneos pretendem criar uma identidade arquitetônica própria para o museu, a fim de destacá-lo no espaço urbano onde ele está inserido e buscando a sua solidificação como um espaço museológico qualificado e instigante. Por isso a solução volumétrica e arquitetônica adotada no projeto priorizou três aspectos básicos. Primeiro articular os espaços atualmente fragmentados, através de uma intervenção capaz de integrar os dois edifícios, inserindo-os em uma atmosfera única, diferenciada, respeitando e ressaltando as características próprias de cada edifício. A seguir, promover a plena acessibilidade a todos os espaços do museu e, por fim, propor a harmonização com o seu entorno, elevando a condição daquela área histórica do Centro da cidade para melhor qualificá-la às finalidades turísticas e culturais, que servirão de âncora para a sua própria revitalização urbana.
A proposição ora em curso, portanto, irá consagrar definitivamente o Museu Victor Meirelles como uma das principais atrações do Centro Histórico de Florianópolis, contribuindo com o conjunto do acervo arquitetônico da cidade e o requalificando como polo difusor de Cultura, o que é sua vocação histórica desde a criação.
Os recursos, da ordem de R$ 3,2 milhões, são oriundos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, que também é o responsável pela guarda do edifício histórico desde o seu tombamento, em 1950, tendo sido o prédio adquirido pela União em 1947 e inaugurado como museu em 1952. Todo o empreendimento é uma parceria entre o Iphan/MinC, o Instituto Brasileiro de Museus – Ibram/MinC e a Prefeitura de Florianópolis.
A fase inicial dos trabalhos, em abril deste ano, foi marcada pelo conhecimento das edificações, que, como já mencionado, são a casa histórica e o prédio anexo. Isto significa, como prática geral no início de qualquer obra, a necessidade de verificação, no local, dos aspectos construtivos apontados nas plantas e nos projetos, aí incluindo as medidas e a caracterização exata de paredes e vigas, além da constatação dos seus reais estados de conservação a partir do que está no projeto arquitetônico.
Nesta fase foram retiradas partes consideráveis de rebocos, pisos, paredes e acessos, com vistas a uma verificação geral e estrutural dos imóveis. Todo o trabalho serviu para avaliar, por exemplo, a integridade das madeiras comumente utilizadas como vigas e esteios nestes tipos de construção. Além disso, foi possível também verificar a existência de duas passagens entre as edificações. Sabe-se que antes do atual prédio anexo existia no local uma casa térrea e foi esta ligação dela com a própria casa histórica, onde nasceu Victor Meirelles, que se evidenciou.
Na sequência, quando da retirada de partes do piso do sobrado, também para investigação, surgiu uma linha de tijolos na área térrea, bem abaixo do piso atual do museu, que provavelmente seria o piso original da casa histórica. O atual piso é todo de madeira, cujas tábuas são alinhadas e apoiadas em uma estrutura transversal, também de madeira. Como esse piso antigo, de tijolos, não afeta o atual, ele vai ser mantido.
Em relação ao prédio anexo, acreditava-se que a edificação fosse estruturalmente mais robusta, com um sistema de lajes, vigas e pilares em concreto armado. No entanto, constatou-se que a edificação não possui pilares individualizados, tampouco em concreto armado, mas é feita em sistema construtivo autoportante, onde as paredes, juntamente com algumas vigas, fazem o próprio trabalho de sustentação estrutural da edificação e não só a divisão dos espaços. Esse sistema, diferente do inicialmente suposto, implicou na necessidade de revisão do projeto estrutural.
Completando os primeiros dias de obras e vencidos os primeiros problemas surgidos, vale o registro ainda da remoção recente da escada do prédio anexo. Única ligação com os andares superiores, a escada foi demolida e será construída uma nova, em outro local, mais próximo da entrada do museu e que, junto com a instalação do elevador, vai promover a real conexão entre os dois prédios, com total acessibilidade.
A Pedreira
Como acontece com a maioria das obras grandiosas ou que envolvem um certo apelo, as obras de Revitalização e Ampliação do Museu Victor Meirelles também têm o seu destaque, a sua estrela. E a estrela dessa obra, ao menos no seu início, é a pedreira.
Os antigos nomes das ruas Saldanha Marinho e Victor Meirelles, cruzamento sobre o qual foi erguida a casa natal de Victor Meirelles, eram Rua da Pedreira e Rua do Açougue. Basta isso para se entender que, embora o tempo tenha se encarregado de transportar o açougue para outras ruas da cidade, a pedreira, ao contrário, está mais sólida do que nunca naquele local. E ela está por baixo de toda essa região onde fica a casa, inclusive no próprio pátio antigo do museu, onde existia uma área de serviço.
Iniciadas as obras e já cientes da existência dessa enorme pedra de granito saindo da terra em pleno espaço do museu, os técnicos começaram as providências para a sua retirada e também de outras pedras menores, igualmente de granito, uma vez que o terreno naquele ponto precisa ser rebaixado e nivelado.
Vale mencionar aqui que pelas características da casa histórica não é tecnicamente recomendada a utilização de ferramentas que gerem excessiva vibração, pois a operação pode comprometer a estrutura do prédio. Então, tirar a pedra passou a demandar algum planejamento em razão desta exigência peculiar. Primeiro foi tentado o modo químico, usando argamassa expandida, um procedimento já previsto na obra e supostamente eficaz, bastante para resolver o problema. Foram feitas então várias aberturas com brocas na superfície da pedra, de modo alinhado, e dentro dos furos foi aplicada a argamassa. A seguir foi introduzido o reagente nas argamassas e fechados os furos, de modo a que quando houvesse a expansão a pedra rachasse na linha dos furos. Nada. A pedra não se moveu.
Entre o pessoal envolvido com as obras, os operários e os funcionários do Iphan e do Museu não se fala em outra coisa a não ser a pedra que não quer sair. Até então o desafio granítico, afirmam os técnicos do Iphan, não está comprometendo o andamento dos trabalhos mas, definitivamente, a pedra-estrela é sem dúvida o grande desafio desta fase inicial das obras no Museu Victor Meirelles.
Está aberta à visitação em Chapecó, no Oeste catarinense, a exposição Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), por meio do Sistema Estadual de Museus (SEM/SC) e Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC). A mostra que retrata o importante episódio da história catarinense poderá ser visitada até 2 de dezembro no hall de entrada do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (CEOM). A exposição itinerante é uma versão modular, com a mesma arte e o mesmo conteúdo, da exposição aberta em 2012 no Museu Histórico de Santa Catarina, no Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis.
Para a montagem da exposição, que tem curadoria do pesquisador Fernando Romero, a equipe de técnicos da Diretoria de Patrimônio Cultural da FCC participou de diversos estudos junto aos sítios históricos. Foram visitados os municípios de Irani, Taquaruçu (distrito de Fraiburgo), Três Barras, Porto União, Matos Costa, Calmon, Lebon Régis, além dos museus, arquivos e coleções nas cidades de Irani, Curitibanos, Campos Novos, Mafra, Lages, Porto União, Caçador, Matos Costa e Lebon Régis. O objetivo foi buscar subsídios para a construção das exposições temáticas, além de estabelecer contato com os agentes culturais. A FCC trabalhou com apoio de museus, universidades, municípios, fundações e outras entidades para a reunião do acervo exposto.
Capacitação aos professores
Como parte da programação da mostra, no dia 21 de setembro, será realizada a oficina Possibilidades de ações educativas: “Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas” também em Chapecó. Serão capacitados 40 professores da rede escolar municipal, que participarão da atividade ministrada pelo professor Delmir José Valentini. Os professores conhecerão o material educativo da exposição, contendo propostas de atividades educativas transdisciplinares como mais um recurso para potencializar a visita à exposição e seus desdobramentos na escola.
Sobre a Guerra do Contestado
A Guerra do Contestado colocou em evidência, pela primeira vez no Brasil, temas fundamentais do mundo contemporâneo: a ecologia, a liberdade religiosa, a posse da terra e a contestação de relações sociais arcaicas em pleno século XX. Teve grande influência nos rumos tomados pela sociedade catarinense no presente e deixou cicatrizes que até hoje reclamam nossa consideração.
Entre os anos de 1912 e 1916, a região do Contestado, cujo território era alvo de disputas entre os estados de Santa Catarina e Paraná, foi palco de um dos mais sangrentos episódios da história do Brasil. Juntou-se à questão das fronteiras a eclosão de um surto messiânico influenciado pelo grande número de pessoas sem terras e sem emprego na região. Eram ex-camponeses, expulsos de suas terras para a implantação de uma madeireira, e ex-operários da estrada de ferro Brazil Railway, que trabalharam na construção e se viram sem trabalho com o fim do empreendimento.
Nesse cenário, surgiram profetas e monges pregando ideais de justiça, paz e comunhão, indo de encontro ao autoritarismo e à ordem republicana vigentes. Preocupados com o crescimento do movimento popular, os governos estadual e federal começaram a agir contra a comunidade, com o envio de tropas militares para a região. Os sertanejos resistiram à ação da artilharia pesada do exército até 1916.
Desde então, a Guerra foi narrada de diversas formas pelos diferentes personagens que dela tomaram parte e por aqueles que refletiram sobre ela posteriormente. Analisar essas narrativas é uma forma de recontar essa história com a perspectiva do presente. Recordar as marcas, reavivar as memórias, mostrar os lugares que lembram esse passado deve contribuir para analisarmos com outros olhos o nosso tempo atual e ver que muitos dos temas trazidos pelos rebeldes do Contestado continuam tão vivos como há 100 anos.
Serviço:
O quê: Exposição Guerra do Contestado: 100 anos de memórias e narrativas
Visitação: de 2 de setembro a 2 de dezembro de 2016.
De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h; e das 13h às 17h
Onde: Rua Líbano, 111D, Bairro Passo dos Fortes - 2º piso do Terminal Rodoviário. Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina – CEOM – Chapecó/ (SC)
Inscrições de grupos escolares e informações: (49) 3323-4779 / 3324-6914